domingo, 19 de julho de 2009

DICA DE FILME: MAIOR FILME DE FICÇÃO DE TODOS OS TEMPOS:2001 Uma Odisseia no Espaço


2001: A Space Odyssey (no Brasil, 2001: Uma Odisseia no Espaço e em Portugal, 2001: Odisseia no Espaço) é, para muitos críticos, um dos melhores filmes de ficção científica de todos os tempos. Foi realizado em 1968 pelo cineasta Stanley Kubrick, natural de Nova York, EUA.
Este filme, com uma duração total de 139 minutos e apenas 40 de diálogo, analisa a evolução do Homem, desde os primeiros hominídeos capazes de usar instrumentos, até à era espacial e para além disso. Foi baseado nas obras de Arthur C. Clarke The Sentinel e 2001: A Space Odyssey, esta última escrita simultaneamente com as filmagens.
Uma das personagens principais do filme é o computador inteligente HAL 9000, uma das máquinas mais famosas da História do Cinema. A crítica viu no nome do computador uma referência velada à IBM, pois as letras da sigla precedem em uma casa a denominação da conhecida empresa norte- americana do sector informático. Kubrick, no entanto, desmentiu essa tese, dizendo que isso não passou de uma coincidência.
Outros destaques do filme são os seus efeitos especiais pioneiros, e a sua banda sonora, composta entre outras por obras de Johann Strauss (Danúbio Azul) Richard Strauss (Also Sprach Zaratustra;PT-BR: Assim Falou Zaratustra), e Gyorgy Ligeti (Lux Aeterna), sendo este último repetente nos filmes de Kubrick.
Posteriormente foi lançado o livro Mundos Perdidos de 2001 (The Lost Worlds of 2001), no qual Clarke conta a história do filme, a do livro e outras inéditas. O autor escreveu três outras obras baseadas no livro/roteiro original, como forma de sequência: 2010: Uma Odisséia no Espaço II, 2061: Uma Odisséia no Espaço III e 3001: A Odisséia Final.

Sinopse

O trama do filme envolve uma expedição ao planeta Júpiter
Desde a "Aurora do Homem" (a pré-história), um misterioso monólito negro parece emitir sinais de outra civilização interferindo no nosso planeta. Quatro milhões de anos depois, no século XXI, uma equipe de astronautas liderada pelo experiente David Bowman (Keir Dullea) e Frank Poole (Gary Lockwood) é enviada a Júpiter para investigar o enigmático monólito na nave Discovery, totalmente controlada pelo computador HAL 9000. Entretanto, no meio da viagem HAL entra em pane e tenta assumir o controle da nave, eliminando um a um os tripulantes.


Diretor Stanley Kubrick
Prêmio Óscar
• Venceu na categoria de Melhores Efeitos Especiais (Douglas Trumbull); Concorreu nas categorias de Melhor Direção de Arte, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Diretor.
Curiosidades
• O nome do computador HAL parece ser uma referência indirecta à IBM, gigante do ramo de computação. Cada letra de HAL é exactamente uma anterior, em relação ao alfabeto, às letras de IBM. No livro Odisseia II, no entanto, Clark coloca nas palavras do personagem Chandra que HAL significa Heurístico ALgorítmo.
• Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke desenvolveram simultaneamente a história de 2001 - Uma Odisseia no Espaço. Enquanto Kubrick trabalhava em cima do roteiro, Clarke escrevia o livro, com ambos trocando idéias e opiniões durante o trabalho. Era inclusive intenção de Clarke, ao lançar o livro, colocar Stanley Kubrick como co-autor da história, mas o director não autorizou a utilização de seu nome.
• Douglas Rain, intérprete da voz do computador HAL, não chegou a ir aos sets de filmagem um único dia sequer.
• O filme custou cerca de US$10 milhões, tendo arrecadado mais de US$190 milhões em todo o mundo.
• Kubrick solicitou a seu colaborador em Spartacus, Alex North, que compusesse a banda sonora para a película. Depois de escutar o resultado, o director não ficou satisfeito e optou pela música clássica para dar vida às famosas cenas no espaço, cujos arranjos e orquestração foram desenvolvidos pelo compositor brasileiro Eumir Deodato. North só soube que sua banda sonora tinha sido removida no dia da estréia do filme, tendo ficado furioso.


2001: A Space Odyssey
Arthur C. Clarke foi um dos autores do filme
2001: Odisseia no Espaço (PT)


2001: Uma Odisseia no Espaço (BR)
Estados Unidos
Reino Unido

1968 ı cor ı 139 min
Direção Stanley Kubrick
Elenco Keir Dullea
Gary Lockwood
William Sylvester
Daniel Richter
Leonard Rossiter
Roteiro/Guião Stanley Kubrick
Arthur C. Clarke
Género ficção científica
Idioma inglês
IMDb
CRÍTICAS


Não estranhe se, assim que terminar de assistir a 2001: Uma Odisséia no Espaço, a sensação que ficar dentro de você seja de perplexidade, estranheza, incerteza. Isso é normal, afinal, estamos falando de uma (se não for a) das obras mais complexas da história do cinema.

Desde que inauguramos o site tenho vontade de falar sobre este filme, mas nunca me senti arduamente preparado para tal missão. Por quê? É simples. Kubrick, por si só, já é uma figura enigmática e que emprega sub-textos em seus filmes de maneira brilhante, quase sempre de uma maneira pouco perceptível, ou que abra um leque de discussões sobre suas obras, afinal, ele nunca mastiga o que quer para nós. Essa característica do diretor atinge seu auge aqui, neste filme, quando até hoje, passados quase quarenta anos de seu lançamento, continua sendo uma obra de ficção científica atual e discutida, pois nenhuma das interpretações que rolaram até hoje, por mais plausíveis que possam parecer, podem ser consideradas certas.

Como isso? Qual a graça de ver um filme onde não há, aparentemente, um sentido? 2001 é muito mais que isso. O sentido não está no entendimento da história, e sim na reflexão que seus temas, principalmente o homem, proporcionam ao público. É interessante pensar, entender as situações e tentar nos colocar dentro da complexa cápsula do tempo em que 2001 se situa. Sua atualidade, sua ficção e seu deslumbramento se encontram na história, e não em efeitos e ferozes cenas de ação, como a grande maioria dos filmes procuram focar seu interesse. 2001 é feito para neurônios, não para os testículos – e não pense que esta é uma frase preconceituosa, pois 2001 é isso mesmo, um desafio a sua mente. É um filme de questionamentos, não de respostas.

Mas o filme é completo, pensado, perfeito, e até essa lentidão soa como proposital aos olhos dos mais filosóficos, afinal, no espaço, os movimentos parecem ser em câmera lenta. A complexidade técnica causa inveja e estudo até os dias de hoje, mesmo sem existir computadores na época para efeitos especiais (não se esqueçam disso, o que Kubrick fez foi na marra, na técnica, no talento, e até hoje o espaço de 68 continua lindo e convincente). Como não se fascinar, por exemplo, pela bela rotação que a moça dá em certo ponto do filme, saindo de cabeça para baixo pela porta lateral? E a caneta flutuante? E a sala gigante de exercícios, construída para ser rotacional e, em certo momento, Kubrick passeia com sua câmera por ela como se ela fosse plana e estática? E o que dizer do maior corte temporal da história do cinema, quando partimos da pré-história para o século XXI?

A sobreposição de películas para criar um espaço convincente combina perfeitamente com a fina trilha sonora que só mesmo Kubrick consegue combinar em seus filmes – músicas clássicas, antigas, mas que parecem que foram feitas especialmente para as cenas em que são utilizadas, na mais perfeita sinfonia de uma valsa espacial. O número de seqüências clássicas ultrapassa o limite do citável, em uma história definida por três atos: o nascimento, que é toda aquela parte dos macacos pulando, descobrindo seus meios de vida e dando os primeiros passos evolutivos (como ferramentas, deixar de ser caça para se tornar caçador e etc); a luta do homem contra a máquina (quando o super computador HAL 9000 enlouquece com a idéia de ser desligado e passa a aterrorizar sua tripulação) e o próximo passo da evolução humana, em uma psicodélica e diferente seqüência, provavelmente diferente de tudo o que você viu da época - e essas três histórias estão interligadas por um ponto chave, que é a chegada de um monolito à Terra.

Como não poderia deixar de ser, 2001: Uma Odisséia no Espaço é um filme tipicamente Kubrickiano não apenas na história, mas também na forma. Diversos pequenos detalhes enriquecem a obra, como a referência escondida à IBM, que iria patrocinar o filme, mas tirou a cota e deixou Kubrick bastante irritado. Como vingança, colocou as iniciais no computador que se torna assassino como HAL, que são, exatamente, as letras anteriores da sigla IBM. Os espaços são grandes e brilhosos, com poucos ou estranhos objetos de cena, assim como em diversas de suas obras. Dizem que a história é baseada em um livro de Arthur C. Clarke, mas essa informação é discutível, afinal, enquanto o homem escrevia seu livro, Kubrick trabalhava simultaneamente no roteiro, com ambos trocando idéias sobre o desenvolvimento e acontecimentos de uma história em comum.

A importância de 2001 é cristalina: antes dele, os filmes de ficção científica eram aqueles conglomerados de monstros destruindo cidades, sempre vistos com ar trash – características que, após os mais de 100 milhões de dólares arrecadados em bilheterias e sua importância artística, foram alteradas com o tempo. Hoje, por exemplo, filmes de ficção como Solaris podem ser vistos sobre outros olhos. Ganhou, merecidamente, o Oscar de Efeitos Especiais e foi indicado ainda em outras três categorias: Melhor Diretor, Direção de Arte e Roteiro Original (novamente levantando o fato que esta não é uma adaptação). Uma pena que Kubrick tenha perdido a direção para Carol Reed e seu Oliver!, um filme que hoje é muito menos lembrado.

Kubrick era perfeccionista, arrogante, de poucos amigos, mas também um gênio inesquecível do cinema, e 2001: Uma Odisséia no Espaço é sua melhor obra de sua pequena e brilhante filmografia. Apenas ele poderia fazer um filme onde não há o certo e o errado, apenas o complexo em um lugar onde não há nem ar, mas uma bela e sincronizada sinfonia. A combinação perfeita de imagem, som, história, atuação e personagens marcantes. Prepare-se para o turbilhão de informações e curta a vontade, pois nossa equipe, quase em sua totalidade, recomenda este filme! E desculpem qualquer pleonasmo, mas este aqui pode qualquer coisa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário